A expressão hebraica aparece seis vezes na septuaginta e não foi sempre traduzida como "Lúcifer". Vemos na primeira epístola de Pedro o seguinte versículo: "E temos ainda mais firme a palavra profética à qual bem fazeis em estar atentos, como a uma candeia que alumia em lugar escuro, até que o dia amanheça e a estrela da alva (Lúcifer) surja em vossos corações" (2 Pedro 1:19). Lúcifer aqui representa o Cristo, estado de todo ser humano integrado com sua essência divina.
Já na tradução de Isaías 14:12: “Como caíste do céu, ó Lúcifer, tu que ao ponto do dia parecias tão brilhante?”, onde a mesma expressão ganhou conotação negativa e gerou o mito sobre um anjo que caiu dos céus, Lúcifer refere-se a um rei Babilônio, de grande renome e poderio. De fato, Lúcifer não é um ente específico, mas um título que pode ser atribuído a qualquer homem e mulher auto-conscientes e plenamente desenvolvidos em todas as suas potências. A luz que porta é a luz da consciência, latente em todos os indivíduos, mas adormecida em grande parte da humanidade.
Lúcifer é o Logos, o Verbo de Deus, o Primogênito da Criação. Em João 1:1-5 temos o seguinte texto: "No princípio era o Verbo, e o Verbo estava com Deus, e o Verbo era Deus. Ele estava no princípio com Deus. Todas as coisas foram feitas por ele, e sem ele nada do que foi feito se fez. Nele estava a vida, e a vida era a luz dos homens. E a luz resplandece nas trevas, e as trevas não a compreenderam.". Ele é, portanto, o princípio de todas as coisas, a consciência auto-gerada no caos primordial que organizou todos os elementos e tudo formou.
A Física Quântica hoje assume que vivemos em uma realidade virtual. Partículas subatômicas, que formam todo o Universo, não parecem obedecer a uma lei que as comporte e as submeta a agirem de maneira organizada. O comportamento delas é definido pelo simples ato de observá-las, podendo elas agirem como ondas ou partículas a depender apenas do observador. É a consciência que as organiza e cria a forma do que antes comportava-se como um aglomerado de partículas.
Prometheus bringing fire.
1637. Jan Crossiers. Flemish.
1600-1671. oil on canvas.
Prado Museum.
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Lúcifer também é associado a Prometheus, um dos mitos gregos de maior destaque e mais presença nas culturas ocidentais. Prometheus significa etimologicamente “o que é previdente”, o que pensa
primeiro e depois age. No mito ele rouba o fogo do Olimpo e dá aos homens, criando o homem do barro e nele colocando uma chispa do fogo divino. Zeus se enfurece por ter perdido assim o domínio sobre os homens, pois temia que os mortais ficassem tão poderosos quanto os próprios deuses. A fim de castigá-lo, Zeus o acorrenta a um penhasco, onde uma águia (ou abutre) lhe come o figado diariamente, que se reconstitui a cada manhã. Mais tarde Héracles (Hércules, para os romanos) o resgata.
Prometheus Bound
by Peter Paul Rubens (and Frans Snyders).
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Lúcifer, a pura consciência aprisionada à condição material dignifica o homem e o eleva. É o estado de todo aquele que, resplandecendo a luz incriada, é impulsionado à evolução, à sabedoria, à verdadeira gnose. Lúcifer não é um demônio e nunca foi um anjo. É, antes, a força sem forma que move os seres humanos, a chama sagrada que arde nos corações de todo homem e toda mulher. A própria centelha divina.
Soror Áurea Minerva.
Ordem Illuminati - RJ
www.illuminatioficial.org
Então quem é Jesus, O Cristo?
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